A violência tem cura? É psicologia ou social?

Peguemos a violência dos jovens que se agrupam em gangues devido a falta de perspectiva de futuro, as exigências do consumo, a desestruturação da família, a conformidade social e a sensação de impunidade. Imaginando ‘poder’, procuram a arma para se sentirem respeitados e ter sucesso com as moças. Com a degradação da família o grupo-gangue torna-se sua substituta, nela sentem-se no ‘conforto’ do lar. A banalidade do ‘andar armado’ leva os jovens a criminalidade e a infelicidade psicológica. Tal arrogância agrava os distúrbios do comportamento.

A violência não é conseqüência da pobreza somente. Ela descende da estrutura sócio-política-econômica incapaz de acolher as pessoas. O Brasil é uma fábrica dos menos favorecidos, não possibilita acolher, nem inserir. O problema tende a aumentar. Diante desse fenômeno complexo, conseqüência da desestruturação do tecido social e da ausência de políticas públicas efetivas, a sociedade brasileira precisa se organizar para acolher a todos. Sentir-se acolhido é ter espaço no qual se partilha o sentido da vida na sobrevivência cotidiana. É imperioso haver esperança para que, pacificamente, o individuo possa enfrentar e resolver seus problemas com maturidade psicológica.

Estudos em psicologia social, política, antropologia, história e sociologia mostram que a violência é gerada por processos sociais, psicológicos, históricos e culturais. Dentro da Psicologia Sócio-histórica a violência é parte de ações humanas e é construída socialmente, sendo que a ‘cura’ precisa criar uma nova história: desconstruir o que gera violência e refazer o tecido social. Preciso dizer que precisamos de políticas públicas para isso? Que o indivíduo deve assumir-se cidadão e ser mais participativo? Somente os jovens pagam o ônus criado por nossos antecessores? O presente criará mais violência, ou vai ‘curar-se’ dela? Importante é fazer melhor hoje e acabar com um futuro mais violento.

Sim, no meu entender, a violência tem cura! Só depende de cada um e ao mesmo tempo de todos nós. Diga SIM à PAZ urbana e do mundo.

by sonialotus