Milhares vão às ruas de Washington contra Obama, irritados com uma suposta viés socialista tomada pelo Governo Obama, como o plano de saúde pública defendido pelo presidente, e outros gestos de sua política interna, que segundo os manifestantes atingem a liberdade individual
Cartazes acusam Obama de tentar implementar uma política socialista esquerdista nos Estados Unidos
Fontes: Estadão, Washington Post, The New York Times, AFP, ABC News
A oposição Republicana de forma feroz, conseguiu por incrível que pareça, colocar na cabeça de um grupo enorme de americanos que Barack Obama está querendo implementar uma tipo de governo socialista no país e os movimentos do presidente são precedidos de especulações exacerbadas, distorcendo as idéias do presidente, tornando-o, aos olhos de muitos, uma ameaça ao estilo de vida americano.
Nas últimas semanas, pesquisas têm indicado uma acentuada queda na popularidade de Obama - entre 13 e 17 pontos porcentuais, dependendo da fonte -, principalmente por causa da polêmica em torno da reforma da saúde.
Mas têm acontecidos fatos absolutamente surrealistas, como o discurso que o presidente fez para crianças humildes, numa escola de um subúrbio de Virgina, no qual pronunciou um discurso transmitido pela TV para todo o país, narrando momentos de sua juventude que fizeram dele o atual presidente dos Estados Unidos, como forma de motivar os jovens a se superarem.
O discurso foi publicado antes de ser pronunciado no site da Casa Branca e recebeu critica por parte dos conservadores que o acusam de querer incutir ideias esquerdistas nas crianças.
Obama, cujo pai saiu de casa quando ele tinha dois anos, deixando-o para ser criado por sua mãe e por sua avó, admitiu que cometeu erros quando era jovem, mas disse às crianças que uma origem humilde não significa fracasso.
"Isso não é uma desculpa para desrespeitar seu professor, ou interromper as aulas, ou abandonar os estudos. Não há desculpas para não tentar", acrescentou.
"Se vocês abandonarem seus estudos, não só estarão abandonando a vocês mesmos, como também estarão abandonando seu país", disse, após uma grande recepção em uma escola de um subúrbio de Virgina, no qual pronunciou um discurso transmitido pela TV para todo o país.
Obama assegurou que teve sorte por ter tido uma segunda oportunidade de concluir o ensino secundário, chegar à Universidade de Harvard e alcançar o topo da política.
Um grupo de manifestantes se reuniu na escola secundária de Wakefield, em Arlington, a poucos quilômetros da Casa Branca, onde Obama pronunciava seu discurso.
"Senhor presidente, fique distante de nossas crianças", indicava um cartaz.
Outros acusam o democrata Obama de tentar fomentar um culto à personalidade e de querer conquistar os corações e mentes das crianças, distanciando-as de seus pais conservadores. Um cartaz exibido na mesma escola por manifestantes indicava "As crianças são de Deus, não de Obama".
Alguns colégios se negaram a divulgar o discurso, enquanto outros ofereceram aos pais a opção de manter seus filhos distantes do que foi transmitido.
No entanto, Obama recebeu o inesperado apoio da ex-primeira-dama Laura Bush, que afirmou que não parecia errado "que o presidente dos Estados Unidos se expresse e estimule os estudantes".
"Creio que muita gente deveria fazer o mesmo, ou seja, estimular seus próprios filhos a continuarem seus estudos e a trabalharem duro para tentar realizar seus sonhos", disse.
O furor causado pelo discurso refletiu o clima de radicalização que impera nos Estados Unidos enquanto Obama tenta aprovar sua agenda doméstica, que inclui uma polêmica reforma da Saúde sobre a que se baseará o seu discurso de quarta-feira no Congresso.
Em um dos cartazes o Presidente Barack Obama fala em um pódio com as palavras "Parasita em Chefe" no sábado em Washington
Neste sábado a insatifação ganhou um caráter federal, e gigantesco, quando uma manifestação contra o governo do presidente americano, Barack Obama, organizada por grupos de contribuintes reuniu ontem milhares de pessoas em Washington, nos EUA. Os manifestantes caminharam pelas ruas da capital americana segurando cartazes com frases de descontentamento e gritando críticas ao governo, em protesto contra o que consideram uma intromissão cada vez maior do governo em suas vidas.
Foi a maior de uma série de manifestações que vêm ocorrendo desde o início do verão americano. Em princípio, elas tinham como alvo a política de saúde pública de Obama, mas passaram a expressar uma insatisfação mais generalizada em relação à atuação do governo e do Congresso.
"Nós estamos sob o ataque do nosso próprio governo", dizia um cartaz. "Não pise sobre mim", dizia outro. "Quero que o Congresso sinta medo", disse Keldon Capp, de 45 anos, um representante de marketing do Tennessee que perdeu seu emprego recentemente. "Como todo mundo aqui, quero que eles saibam que estamos vendo o que estão fazendo."
A multidão, formada por pessoas vindas de diversas partes do país, ocupou, pela manhã, todo o gramado a oeste do Capitólio e, aos poucos, foi se expandindo na direção da área onde está localizado o National Mall. De lá, os manifestantes - que se identificavam como republicanos, libertários e independentes - partiram em caminhada pela Avenida Pennsylvania até chegar à Casa Branca.
Vinte minutos antes do início da marcha, a polícia já insistia para que os manifestantes começassem a andar, temendo que a Freedom Plaza, perto da Casa Branca, não comportasse a crescente multidão. Os policiais não souberam precisar, porém, o número de pessoas que participaram do evento.
Enquanto os manifestantes caminhavam, o helicóptero Marine One, que levava Obama para Minnesota - onde o presidente buscaria apoio ao seu plano de saúde pública - pôde ser visto sobrevoando a multidão.
"As pessoas que estão aqui não são de nenhum grupo radical de direita", disse o senador republicano Jim DeMint, um dos poucos políticos que participaram da manifestação. "Só espero que o Congresso, o Senado e o presidente reconheçam que as pessoas estão com medo do que está acontecendo."
Apesar do tom agressivo dos cartazes, havia também um clima de festividade no ar. Um grupo de manifestantes vestiu-se como combatentes da Revolução Americana, enquanto um cantor de folk tocava, ao violão, canções de protesto, que eram entoadas pelos demais participantes.
Nas últimas semanas, pesquisas têm indicado uma acentuada queda na popularidade de Obama - entre 13 e 17 pontos porcentuais, dependendo da fonte -, principalmente por causa da polêmica em torno da reforma da saúde.
Muitos dos manifestantes se referiam, de maneira pejorativa, à política de saúde de Obama como "socialismo".
Mas o descontentamento da multidão não era dirigido apenas ao presidente. "É mais do que Obama. Essa não é uma questão republicana ou democrata", disse a professora Ruth Lobbs, de 57 anos, que foi da Flórida até Washington para participar do protesto. "Não sei se isso vai mudar alguma coisa, mas é uma maneira pacífica de demonstrar a nossa frustração", afirmou.
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